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sexta-feira, 31 de maio de 2013

JESUS DOS RICOS


É isso mesmo. Tudo no capitalismo é dividido entre pobres e ricos. Fui surpreendido com o falecimento de um amigo. Morte súbita. Por se tratar de alguém da chamada classe média alta, a missa de sétimo dia, foi marcada para uma igreja, de um bairro nobre. Confesso que fiquei tocado pela suntuosidade daquela “casa de Jesus”. Ambiente climatizado, bancos acolchoados, cânticos provindos de belas vozes, instrumentistas qualificados... Tudo isso compunha um conjunto em que ressaltava o luxo.

Com certeza não encontraria nos bairros da periferia uma “casa de Jesus” tão confortável e bonita. Ficou bastante evidente que, também em “Jesus”, existem as diferenças de classe. Há um Jesus dos ricos e outro dos pobres. E como tudo que é dos ricos é melhor e mais eficaz, ponho-me a pensar: será que o Jesus dos ricos é mais eficiente para nos acudir em nossas desditas? Será que esse Jesus, tão bem incensado, não tem olhares cúmplices com os abonados?

A cultura cristã tenta nos impingir que os pobres merecem a compaixão dos deuses. Entretanto há uma certa lógica muito intrigante. Uma das condições para que se possa conquistar o “reino do céu”, diz respeito à necessidade de sermos bons. Mas os atos de bondade, sempre apresentados, são aqueles em que alguém concede a um pobre ou miserável, uma dádiva. Assim sendo, quem tem mais oportunidade de praticar atos caridosos, são os aquinhoados. Por sinal, são inúmeros os casos em que pessoas ricas, até nobres, por seus atos de bondade, mereceram, não somente o reino do céu, como a conquista da sua santificação.

Não se tem notícia de que algum miserável, desses seres paupérrimos, tenha conseguido torna-se santo. Enquanto rainhas, reis e outros nobres, foram premiados com a salvação eterna e com a conquista de posições elevadas na hierarquia celestial, pois tiveram seus pecados redimidos, por via dos seus atos de bondade, sempre associados à doação cristã aos desfavorecidos e isso nos leva a concluir que, sem os pobres e miseráveis, o caminho do céu seria inviável para os “bons”.

Escrito por Gilvan Rocha

UM CANDIDATO IMPOSSÍVEL




Por Carlos Chagas
Dos quatro candidatos já evidenciados para a disputa da presidência da República, ano que vem, nenhum apresentou mais do que exortações a respeito do futuro do país. Com tanta antecedência não se exigirá de Dilma Rousseff, Aécio Neves,Marina Silva e Eduardo Campos  que disponham de programas de ação,antigamente chamados de “plataformas”  de candidatos. Há tempo para isso.

No entanto, pelas preliminares e slogans até agora conhecidos, como o de que “é possível fazer mais e melhor”, fica evidente por parte deles a falta de imaginação e de vontade para  sensibilizar a opinião pública e propor  mudanças fundamentais. Os quatro, com todo o  respeito, são vinhos da mesma pipa. Meros seguidores do modelo que nos assola faz tempo, incapazes de apresentar propostas em condições de mudar o Brasil. Quer dizer, acomodam-se  à fórmula de que o país deve seguir adiante dispondo de ricos e pobres, privilegiados e massacrados, exploradores e explorados. Uns mais, outros menos, todos pretendem manter a ordem social, econômica e política sem maiores alterações. Nem reformistas parecem, quanto mais revolucionários.

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terça-feira, 21 de maio de 2013

SE NÃO TEM PÃO, COMAM INSETOS?


A Organização das Nações Unidas (ONU) lançou um programa, no dia 13 de maio deste ano, para estimular o consumo de insetos para combater a fome no mundo. Interessante é que a mesma organização em recente estudo, traz que pela primeira vez na história, não existe escassez da produção de alimentos em âmbito mundial e que a produção existente hoje, seria suficiente para alimentar 12 bilhões de pessoas. Ora, como então 18 milhões de pessoas morrem por ano pela falta de alimentos? Ou seja, mais pessoas do que as que moram numa cidade como São Paulo perdem a vida por fome anualmente.



No mesmo dia em que a ONU lançou seu programa, o sociólogo suiço Jean Ziegler, em debate na própria cidade de São Paulo apontou as raízes do problema: as sociedades extremamente desiguais como expressão do modo de produção capitalista e sua concentração. Ele afirmou que 10 empresas controlam a produção de 85% dos alimentos de base comercializados no mundo. Diz ele “O poder político dessas empresas foge ao controle social. 85% dos alimentos de base negociados no mundo são controlados por 10 empresas. Elas decidem cada dia quem vai morrer de fome e quem vai comer”. Sem contar a concentração da terra na mão de grandes latifúndios e a utilização da mesma para a produção de combustíveis, mesmo quando temos 1 bilhão de pessoas que passam fome no mundo.




O mais grave é a especulação financeira nas Bolsas de Valores, que fez com que, em tempos de crise econômica do capitalismo, aumento do desemprego e piora das condições de vida dos países atingidos centralmente pela mesma, o valor dos alimentos aumentasse vertiginosamente e se difilcutasse o acesso e o consumo a eles.




É evidente que falar em “deliciosos gafanhatos e suculentas baratas” disfarça o problema de fundo que é a concentração da produção e da distribuição de alimentos nas mãos de pouquíssimas empresas capitalistas, que na mesa de jantar de suas famílias certamente não degustam escorpiões à milanesa. Longe disso, na afã de aumentar seu capital, ainda especulam com o feijão e o arroz de cada dia na Bolsa de Valores como se estivessem num cassino. Ou pior, chegam a botar formol e uréia no leite para ganhar mais!




Os mesmos que “embelezam” o fato milhões de pessoas serem obrigadas a comer insetos como única forma de ingerir nutrientes necessários à vida, são os que estão consumindo os recursos naturais de forma irracional e insustentável. Na imensa coleção de mercadorias que eles pretendem tranformar o mundo, tudo pode ser motivo de negócios: direitos, pessoas e até mesmo comida. O capitalismo como forma de organizar a vida está cada vez mais provando sua falência. No entanto, os que ganham com ele, para manter seus privilégios, avançam sobre os direitos sociais e trabalhistas.




Certo é que o capitalismo não será superado por constatar sua própria falência, a tendência é que, para manter as taxas de acumulação, aumente a exploração sobre os trabalhadores do mundo. Certo também, que por ser uma forma específica de organização social, é também possível superá-lo. Somente a partir de suas próprias forças é que a maioria da população pode buscar o controle sobre a economia e a política, e é preciso lutar por isso.
Como disse Ricardo Antunes recentemente em Porto Alegre, as janelas de contrução do futuro estão abertas, para tempos melhores ou para tempestades. Ideias como a da ONU reforça a nossa indignação, ao mesmo tempo movimentos anticapitastalistas no mundo nos enchem de esperança. Que a nossa geração consiga construir esta ponte entre a indignação e a esperança para que um dia a produção seja para garantir as necessidade de todos e não para a lógica perversa do lucro privado de alguns. Como diria Karl Marx sobre o socialismo “de cada qual, segundo sua capacidade, a cada qual, segundo suas necessidades”.




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sábado, 4 de maio de 2013

ENQUANTO O GATO DORME, O RATO LEVA O QUEIJO



A Prefeitura Municipal de Alcântaras através do pregão presencial nº 2901.01/2013 licitou um valor de R$ 843.535,00 para aluguel de veículos.

Lembramos que para o transporte escolar foi licitado mais um valor de R$ 644.000,00 ( seiscentos e quarenta e quatro mil reais)

Enquanto isso, falta medicamentos na farmácia pública, nos postos de saúde, o transporte escolar é precário, a merenda escolar é irregular, as estrada do município são precárias. Além do que, constantemente falta médico nos hospital e postos de saúde do município. A falta dágua aflinge os alcanterenses desde o ano passado, isto sem contar os inúmeros outros problemas enfrentados pelo povo desta terra.

Raciocinemos então:

Pois bem, com o valor acima citado pode se comprar 35 veículos zero km da marca Fiat, modelo Uno pelo seu preço de R$ 23.816,00 e ainda sobra dinheiro.
Fiat uno 0 km no valor de R$ 23.816,00 


Esse mesmo valor é o suficiente para perfurar 140 poços profundos para dar água a população e ainda sobra dinheiro. 

Com esse mesmo valor poderia-se fazer mais de 61 mil metros quadrado de calçamento. Lembramos pois, que a distância de Alcântaras a Brasília é de aproximadamente 2 mil km. 

Cosiderando tão somente o valor de R$ 843.535,00, ou seja, desconsiderando os valores licitados exclusivos para o transporte escolar o povo de Alcântras pretende paga diariamente (incluindo sábado, domingo e feriados) o valor de R$ 2.311,05, Dois mil trezentos e onze reais e cinco centavos, somente com aluguel de veículos. ( SE VOCÊ SE ESPANTOU, RELAXE UM POUCO, POIS INFELIZMENTE É ISSO; R$ 2.311,05 DOIS MIL E TREZENTOS E ONZE REAIS E CINCO CENTAVOS DIARIAMENTE)

Aplicar estes recursos nas necessidades mais imediatas da população como saúde e educação não seria politicamente mais correto? 

Não seria mais interessante comprar o veículo para o município do que gastar dinheiro com o aluguel, visto que após o termino do contrato, seja ele de um mês ou mais, de um ano ou mais, os veículos não estarão mais a serviço do município. A aquisição do veículo próprio não seria muito mais útil ao município politicamente e economicamente mais correto e eficiente na gestão dos recursos públicos?

Não seria muito mais econômico comprar os veículos do que aluga-los?
Não seria mais interessante aplicar estes recursos;
 Na merenda escolar, na assistência básica de saúde? 
Na aquisição de medicamentos para a população de baixa renda? 
Na melhor qualidade do transporte escolar?
Na infraestrutura das estradas municipais?
Na geração de emprego e renda?
Nas melhores condições de trabalhos dos servidores municipais?

Por qual motivo acontece essa inversão de prioridade? Qual o papel da Câmara Municipal nessa situação? Será que ela ta cumprindo o seu dever constitucional e legislativo? 

Qual o interesse real deses políticos? Será mesmo a melhoria da qualidade de vida população? 

Assim sendo, não seria mais interessante este montante de dinheiro ficar no município para o usufruto do povo alcantarense?

Você sabe pra onde estar sendo escoado este dinheiro? 

Este dinheiro não seria o seu dinheiro que você trabalhador e consumidor contribui com o pagamentos dos seus impostos?

Não seria mais interessante cobrar a aplicação eficiente dos recursos públicos?

De são quem são estes transportes?

A serviço de quem eles estão?

Se esse montante é o suficiente para a compra de 35 veículos zero km, dessa forma, quantos veículos seriam alugados com este mesmo valor? Onde estes veículos estão prestando serviço? 

Alugar veículos para o município com um valor tão grande que tem tantas outras prioridades urgentíssimas não seria uma forma desviar o dinheiro público?