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terça-feira, 17 de setembro de 2013

DÍVIDA EXTERNA BRASILEIRA CRESCE 60% DESDE A CRISE FINANCEIRA DE 2008

Desde a crise financeira de 2008, que provocou uma parada súbita nas linhas de crédito internacionais, a dívida externa brasileira aumentou 60%, impulsionada pelo endividamento das empresas.
A dívida das instituições financeiras no exterior praticamente dobrou entre dezembro de 2008 e este ano. No mesmo período, as empresas não financeiras aumentaram sua exposição em moeda estrangeira em 72%.

Com isso, o endividamento externo do país subiu do equivalente a 12% do PIB (Produto Interno Bruto) para 13,9% neste ano, após quatro anos de relativa estabilidade.

O levantamento foi feito pela equipe do banco Credit Suisse, que atribui parte desse aumento à fixação de barreiras à entrada de capital externo, iniciada em 2010.

Para tentar refrear o fluxo de recursos estrangeiros que entrava no país e valorizava o real em relação ao dólar, o governo impôs IOF de 6% na compra de títulos públicos por estrangeiros.


“Quando o governo decide impor IOF para operações com seus papéis, esses recursos deixam de entrar, mas as empresas percebem que há demanda por títulos brasileiros e vão para o mercado externo captar com taxas mais baixas”, afirma o economista-chefe do Credit Suisse, Nilson Teixeira.

Diante de um cenário de abundância de recursos e juros mais baixos no exterior, as empresas aumentaram sua dívida lá fora.

A questão é que, simultaneamente, elas passaram a assumir riscos de prejuízo em caso de uma repentina desvalorização cambial.

Em 2008, a alta do dólar em decorrência da crise bancária nos EUA, levou Aracruz e Sadia a dificuldades. Ambas tinham operações com derivativos atrelados ao dólar e acabaram vendidas.

Para Teixeira, não há risco no médio prazo: “De fato a dívida aumentou, mas, quando comparada com a de outros países, é baixíssima”.

Além disso, observa o economista, o prazo é longo (em média, 6,5 anos) e o montante é pouco superior ao que o Brasil arrecada com exportações –a dívida externa equivale a 1,3 vezes o auferido com as exportações, segundo cálculos de Teixeira.

Para Daniela Prates, professora da Unicamp, contudo, o enfraquecimento recente das exportações são um fator de vulnerabilidade.

“A capacidade de gerar divisas [para honrar as dívidas] se dá por meio das exportações. E o cenário pós-crise ficou mais grave nesse ponto, porque a concorrência ficou mais acirrada”, afirma.

“A composição da nossa pauta de exportações faz com que sejamos mais vulneráveis ao preço das commodities e à demanda da China. Isso traz preocupação quanto à solvência da dívida”, diz ela.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

SOMOS TODOS JOÃO ALFREDO!

Nos últimos dias, a cidade de Fortaleza viveu uma disputa política intensa. De um lado, a Prefeitura e seus aliados do capital imobiliário e da imprensa e do outro lado, o movimento #ocupeococó. Entre eles, a intenção da Prefeitura de construir um viaduto no meio do Parque Ecológico do Cocó, que fica localizado no centro de Fortaleza.

Como última tentativa de evitar esta barbárie ambiental, diversos movimentos sociais organizaram o #ocupeococó, um acampamento que está há mais de 1 mês resistindo no parque, buscando mostrar para a Prefeitura que um parque vale mais do que carros.

Na última semana, o prefeito Roberto Claudio e o governador Cid Gomes (ambos do PSB) resolveram “ir pra cima” do movimento. Numa madrugada, a PM e a Guarda Municipal chegaram de surpresa, destruindo as barracas e o acampamento. Muito gás de pimenta, balas de borracha e todo tipo de violência para intimidar os manifestantes. Nem mesmo uma liminar judicial parecia deter o despejo.


Mas o movimento resistiu, ganhou apoio da sociedade. O Parque Ecológico do Cocó continua de pé, derrotando, por enquanto, o poder político e econômico da cidade. Esse é um primeiro passo, visto que muito precisa ser feito para recuperar o parque, já abalado por anos e anos de descaso do poder público.

Derrotados, os defensores da especulação imobiliária resolveram escolher culpados pela sua derrota. Desta forma, iniciaram uma campanha de calúnia contra o vereador João Alfredo (PSOL), que esteve desde seu primeiro mandato (2009-12) pautando a defesa do Parque do Cocó.

João foi o escolhido porque é uma das poucas figuras políticas da cidade que esteve no movimento. A política tradicional é cruel com aqueles que não consegue cooptar e por isso ataca o vereador do PSOL, um dos mais votados da cidade em 2008 e 2012, sem escrúpulos.

Mas o ataque não é apenas a João Alfredo. A atual ofensiva é contra todos aqueles que acreditam numa política diferente nas cidades e no Brasil. Uma política que se oponha ao poder econômico e político. Por isso: “Somos todos João Alfredo”. Força camarada, estamos juntos!